terça-feira, 10 de setembro de 2013

Professorinha lixada contra a CORJA !!!



CORJA !!!!! QUADRILHA !!!! É só o que me ocorre com as acções tomadas constantemente contra os professores. Estou eu, aqui tomada em sossego na minha casinha, quando oiço e vejo a expressão desoladora de uma professora de meia-idade a ser entrevistada no telejornal de uma qualquer televisão portuguesa. Ela, a professora, julgava que ia terminar a sua carreira em glória, depois de tantos anos de dedicação, esforço e sacrifícios mesmo... Mas não, era tudo um engano, agora apenas tinha de pensar em sobreviver. Seguem-se outras entrevistas a professores na fila do desemprego, outros na fila dos esclarecimentos para as rescisões amigáveis ( Amigáveis???? o tanas !!!! ) e a quebra da força destes profissionais de anos longos dedicados ao ensino, que agora por doença. por cansaço, por depressão, se ajoelham perante o inimigo ! Isto revolta, dá mil voltas ao estômago, num nó cego, até este rebentar! Que Fazer ? Que Fazer ?
   Olhem-me, aí nas fotos , relaxada, aparentemente... Aposentei-me com uma enorme penalização, porque estou doente há muito... mas não estou tranquila, não.  Estou, vou estar sempre em pé de guerra, contra o que estão a fazer contra a Escola em Portugal. Serei sempre a professorinha  lixada !!!!  Raios, dei trinta e quatro anos da minha vida a ensinar... não me calo, não me calarei nunca... Cortaram-me a progressão na carreira, cortaram-me o direito à doença, cortaram-me nos salários e na reforma, cortaram-me os sonhos de uma reforma prometida na tranquilidade, se eu cumprisse todas as obrigações e deveres do meu contrato... Cumpri tudo! Roubaram-me o que está no contrato!!!!! 
   Milhares de professores não têm trabalho, não têm ... depois de mais de dez anos a ensinar, contratados... Dobram-se perante um poder que não compreendem, não aceitam, mas não têm forças para combater... Estão desgastados, o trabalho esgotante nas escolas acrescido da" marretada na cabeça" que o governo lhes deu agora, acabou-lhes com as poucas forças que ainda tinham. Precisam de sangue novo, sangue novo que o governo quer que emigre...

terça-feira, 3 de setembro de 2013

A Minha DorA minha Dor é um convento ideal 
Cheio de claustros, sombras, arcarias, 
Aonde a pedra em convulsões sombrias 
Tem linhas dum requinte escultural. 

Os sinos têm dobres de agonias 
Ao gemer, comovidos, o seu mal ... 
E todos têm sons de funeral 
Ao bater horas, no correr dos dias ... 

A minha Dor é um convento. Há lírios 
Dum roxo macerado de martírios, 
Tão belos como nunca os viu alguém! 

Nesse triste convento aonde eu moro, 
Noites e dias rezo e grito e choro, 
E ninguém ouve ... ninguém vê ... ninguém ... 

Florbela Espanca, in "Livro de Mágoas"


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