quarta-feira, 27 de novembro de 2013

PROCURA da POESIA ,de Carlos Drummond de Andrade

Procura da Poesia
Não faças versos sobre acontecimentos.
Não há criação nem morte perante a poesia.Diante dela, a vida é um sol estático,
não aquece nem ilumina.
As afinidades, os aniversários, os incidentes pessoais não contam.
Não faças poesia com o corpo,
esse excelente, completo e confortável corpo, tão infenso à efusão lírica.



Tua gota de bile, tua careta de gozo ou de dor no escuro
são indiferentes.
Nem me reveles teus sentimentos,
que se prevalecem do equívoco e tentam a longa viagem.
O que pensas e sentes, isso ainda não é poesia.
Não cantes tua cidade, deixa-a em paz.
O canto não é o movimento das máquinas nem o segredo das casas.
Não é música ouvida de passagem, rumor do mar nas ruas junto à linha de espuma.
O canto não é a natureza
nem os homens em sociedade.
Para ele, chuva e noite, fadiga e esperança nada significam.
A poesia (não tires poesia das coisas)
elide sujeito e objeto.
Não dramatizes, não invoques,
não indagues. Não percas tempo em mentir.
Não te aborreças.
Teu iate de marfim, teu sapato de diamante,
vossas mazurcas e abusões, vossos esqueletos de família
desaparecem na curva do tempo, é algo imprestável.
Não recomponhas
tua sepultada e merencória infância.
Não osciles entre o espelho e a
memória em dissipação.
Que se dissipou, não era poesia.
Que se partiu, cristal não era.
Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
Ei-los sós e mudos, em estado de dicionário.
Convive com teus poemas, antes de escrevê-los.
Tem paciência se obscuros. Calma, se te provocam.
Espera que cada um se realize e consume
com seu poder de palavra
e seu poder de silêncio.
Não forces o poema a desprender-se do limbo.
Não colhas no chão o poema que se perdeu.
Não adules o poema. Aceita-o
como ele aceitará sua forma definitiva e concentrada
no espaço.
Chega mais perto e contempla as palavras.
Cada uma
tem mil faces secretas sob a face neutra
e te pergunta, sem interesse pela resposta,
pobre ou terrível, que lhe deres:
Trouxeste a chave?
Repara:
ermas de melodia e conceito
elas se refugiaram na noite, as palavras.
Ainda úmidas e impregnadas de sono,
rolam num rio difícil e se transformam em desprezo.

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Augusto Branco, um poeta brasileiro que gosto muito... "FELIZ COMIGO"

Augusto Branco

Augusto Branco nasceu no coração da Amazônia, fruto da união de dois ribeirinhos que, um dia, tentaram a sorte na cidade: Dona Rosa e Senhor Raymundo.

Augusto escreveu as suas primeiras poesias aos 7 ou 8 anos de idade, pouco antes de começar a ajudar na loja de ferragens do pai.

Frequentou cursos de Administração e Pedagogia, que não completou devido às exigências da sua vida profissional, repleta de mudanças e obstáculos inesperados.

Contudo, ao longo deste percurso complicado, ao qual se juntou uma tragédia familiar, Augusto nunca despiu a pele de escritor, encontrando tempo para criar, quase todos os dias, novos poemas, aforismos e textos motivadores.

Augusto Branco apresenta-se sempre como um homem entre tantos outros, “apenas um cara no caminho”, nas suas palavras. Uma expressão coerente com a sua produção literária: textos que mergulham no coração das pessoas, ao evidenciarem os mais finos paradoxos que acompanham o amor, a felicidade e o bem-estar, sentimentos comuns a todos nós.


FELIZ, COMIGO
Não... Eu não estou querendo viver uma paixão arrebatadora
- Paixões assim são as que proporcionam os mais altos sonhos
E também as maiores quedas...
Mas, acredite, eu sou capaz de me apaixonar todos os dias!
E também não estou interessado em encontrar quem me ame de verdade
Já encontrei estas pessoas há muito tempo
E aquelas que não estão ao meu lado
Eu carrego comigo, em meu peito.
Ah, eu também não estou querendo viver um grande amor
Eu vivi todos os amores que a vida me trouxe
E foram lindos
Foram maravilhosos
E ainda são grandes amores, e vivem comigo, mesmo que já se tenham passado
Também não estou procurando alguém para toda a vida
Nem procuro alguém para um pouquinho apenas
Não estou procurando absolutamente nada
Neste momento, apenas retraio-me comigo,
E estou descobrindo o prazer e a felicidade enorme que é
Amar mais e melhor a mim mesmo.

Prometo o melhor sorriso

Para ter sempre o teu coração, eu prometo ter sempre o melhor sorriso no rosto, mesmo que o sol não nasça e a vida cause desgosto, para ter sempre o teu coração..."

Augusto Branco



Augusto Branco

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

A morte

morte é o fim da união nesta vida entre a nossa alma e o nosso corpo. É uma violência necessária e inevitável. É uma coisa passageira para aqueles que crêem na vida eterna e na ressurreição.
Aconteceu-nos uma coisa realmente curiosa: tínhamo-nos esquecido de que temos de morrer. É esta a conclusão a que chegaram os historiadores depois de terem examinado todas as fontes escritas da nossa época. Uma investigação realizada nos cerca de cem mil livros de ensaio publicados nos últimos vinte anos mostraria que apenas duzentos deles (0,2%, portanto) tocavam o problema da morte. Livros de medicina incluídos.
(Pierre Chaunu)
Anseios

 Meu  doido coração aonde vais, 
No teu imenso anseio de liberdade? 
Toma cautela com a realidade; 
Meu pobre coração olha cais! 

Deixa-te estar quietinho! Não amais 
A doce quietação da soledade? 
Tuas lindas quimeras irreais 
Não valem o prazer duma saudade! 

Tu chamas ao meu seio, negra prisão!... 
Ai, vê lá bem, ó doido coração, 
Não te deslumbre o brilho do luar! 

Não estendas tuas asas para o longe... 
Deixa-te estar quietinho, triste monge, 
Na paz da tua cela, a soluçar!... 

Florbela Espanca, in "A Mensageira das Violetas
"

terça-feira, 10 de setembro de 2013

Professorinha lixada contra a CORJA !!!



CORJA !!!!! QUADRILHA !!!! É só o que me ocorre com as acções tomadas constantemente contra os professores. Estou eu, aqui tomada em sossego na minha casinha, quando oiço e vejo a expressão desoladora de uma professora de meia-idade a ser entrevistada no telejornal de uma qualquer televisão portuguesa. Ela, a professora, julgava que ia terminar a sua carreira em glória, depois de tantos anos de dedicação, esforço e sacrifícios mesmo... Mas não, era tudo um engano, agora apenas tinha de pensar em sobreviver. Seguem-se outras entrevistas a professores na fila do desemprego, outros na fila dos esclarecimentos para as rescisões amigáveis ( Amigáveis???? o tanas !!!! ) e a quebra da força destes profissionais de anos longos dedicados ao ensino, que agora por doença. por cansaço, por depressão, se ajoelham perante o inimigo ! Isto revolta, dá mil voltas ao estômago, num nó cego, até este rebentar! Que Fazer ? Que Fazer ?
   Olhem-me, aí nas fotos , relaxada, aparentemente... Aposentei-me com uma enorme penalização, porque estou doente há muito... mas não estou tranquila, não.  Estou, vou estar sempre em pé de guerra, contra o que estão a fazer contra a Escola em Portugal. Serei sempre a professorinha  lixada !!!!  Raios, dei trinta e quatro anos da minha vida a ensinar... não me calo, não me calarei nunca... Cortaram-me a progressão na carreira, cortaram-me o direito à doença, cortaram-me nos salários e na reforma, cortaram-me os sonhos de uma reforma prometida na tranquilidade, se eu cumprisse todas as obrigações e deveres do meu contrato... Cumpri tudo! Roubaram-me o que está no contrato!!!!! 
   Milhares de professores não têm trabalho, não têm ... depois de mais de dez anos a ensinar, contratados... Dobram-se perante um poder que não compreendem, não aceitam, mas não têm forças para combater... Estão desgastados, o trabalho esgotante nas escolas acrescido da" marretada na cabeça" que o governo lhes deu agora, acabou-lhes com as poucas forças que ainda tinham. Precisam de sangue novo, sangue novo que o governo quer que emigre...

terça-feira, 3 de setembro de 2013

A Minha DorA minha Dor é um convento ideal 
Cheio de claustros, sombras, arcarias, 
Aonde a pedra em convulsões sombrias 
Tem linhas dum requinte escultural. 

Os sinos têm dobres de agonias 
Ao gemer, comovidos, o seu mal ... 
E todos têm sons de funeral 
Ao bater horas, no correr dos dias ... 

A minha Dor é um convento. Há lírios 
Dum roxo macerado de martírios, 
Tão belos como nunca os viu alguém! 

Nesse triste convento aonde eu moro, 
Noites e dias rezo e grito e choro, 
E ninguém ouve ... ninguém vê ... ninguém ... 

Florbela Espanca, in "Livro de Mágoas"


quinta-feira, 23 de maio de 2013

Annie Leibovitz: Powerful Images

Milucha, UNDER THE SUN



I am the ocean
you are the salt in my sea
the cream in my coffee
the honey in my tea
maybe we should spend the summer
maybe we should spend sometime together
under the sun
I am the ocean
you are the light
my deep devotion
crashes on your side
maybe we should spend the summer
maybe we should spend this life together
under the sun
I am the ocean
you are the wind in my sail
we drink my love potion
we are still in hungry
maybe we should spend the summer
maybe we should spend the winter
under the sun
under the sun
under the sun

sábado, 18 de maio de 2013

As Fotos da Brasileira que está a deixar os homens portugueses malucos

 Kelly no Big Brother Portugal, durante uma prova em que cada um dos concorrentes participou, fazendo uma dança sensual molhada com uma mangueira. Os concorrentes olhavam embasbacados o verdadeiro show de sensualidade da brasileira. No entanto, foi outro modelo, o português Pedro Guedes, quem venceu a prova.


 Uma imagem de Kelly no Carnaval brasileiro.

Kelly concorrente no Brasil.

Kelly foi Miss Paraná em 2006.

Kelly fez muita malhação e foi um modelo de sucesso nas revistas brasileiras.

Milucha

Big Brother Vip - Será Kelly vítima de xenofobia?

 Será que Kelly Baron, a participante de nacionalidade brasileira do Big Brother Vip, estará a ser vítima de xenofobia?

Sinceramente, creio que de início foi vítima de alguma xenofobia, mas principalmente de muita inveja das mulheres da casa mais vigiada de Portugal. Actualmente, isso não acontece, porque Kelly com inteligência e educação deu a volta por cima... e não é só o modelo Pedro Guedes a estar apaixonado por Kelly...

Milucha

Milucha Under The Sun


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