sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Augusto Branco, um poeta brasileiro que gosto muito... "FELIZ COMIGO"

Augusto Branco

Augusto Branco nasceu no coração da Amazônia, fruto da união de dois ribeirinhos que, um dia, tentaram a sorte na cidade: Dona Rosa e Senhor Raymundo.

Augusto escreveu as suas primeiras poesias aos 7 ou 8 anos de idade, pouco antes de começar a ajudar na loja de ferragens do pai.

Frequentou cursos de Administração e Pedagogia, que não completou devido às exigências da sua vida profissional, repleta de mudanças e obstáculos inesperados.

Contudo, ao longo deste percurso complicado, ao qual se juntou uma tragédia familiar, Augusto nunca despiu a pele de escritor, encontrando tempo para criar, quase todos os dias, novos poemas, aforismos e textos motivadores.

Augusto Branco apresenta-se sempre como um homem entre tantos outros, “apenas um cara no caminho”, nas suas palavras. Uma expressão coerente com a sua produção literária: textos que mergulham no coração das pessoas, ao evidenciarem os mais finos paradoxos que acompanham o amor, a felicidade e o bem-estar, sentimentos comuns a todos nós.


FELIZ, COMIGO
Não... Eu não estou querendo viver uma paixão arrebatadora
- Paixões assim são as que proporcionam os mais altos sonhos
E também as maiores quedas...
Mas, acredite, eu sou capaz de me apaixonar todos os dias!
E também não estou interessado em encontrar quem me ame de verdade
Já encontrei estas pessoas há muito tempo
E aquelas que não estão ao meu lado
Eu carrego comigo, em meu peito.
Ah, eu também não estou querendo viver um grande amor
Eu vivi todos os amores que a vida me trouxe
E foram lindos
Foram maravilhosos
E ainda são grandes amores, e vivem comigo, mesmo que já se tenham passado
Também não estou procurando alguém para toda a vida
Nem procuro alguém para um pouquinho apenas
Não estou procurando absolutamente nada
Neste momento, apenas retraio-me comigo,
E estou descobrindo o prazer e a felicidade enorme que é
Amar mais e melhor a mim mesmo.

Prometo o melhor sorriso

Para ter sempre o teu coração, eu prometo ter sempre o melhor sorriso no rosto, mesmo que o sol não nasça e a vida cause desgosto, para ter sempre o teu coração..."

Augusto Branco



Augusto Branco

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

A morte

morte é o fim da união nesta vida entre a nossa alma e o nosso corpo. É uma violência necessária e inevitável. É uma coisa passageira para aqueles que crêem na vida eterna e na ressurreição.
Aconteceu-nos uma coisa realmente curiosa: tínhamo-nos esquecido de que temos de morrer. É esta a conclusão a que chegaram os historiadores depois de terem examinado todas as fontes escritas da nossa época. Uma investigação realizada nos cerca de cem mil livros de ensaio publicados nos últimos vinte anos mostraria que apenas duzentos deles (0,2%, portanto) tocavam o problema da morte. Livros de medicina incluídos.
(Pierre Chaunu)
Anseios

 Meu  doido coração aonde vais, 
No teu imenso anseio de liberdade? 
Toma cautela com a realidade; 
Meu pobre coração olha cais! 

Deixa-te estar quietinho! Não amais 
A doce quietação da soledade? 
Tuas lindas quimeras irreais 
Não valem o prazer duma saudade! 

Tu chamas ao meu seio, negra prisão!... 
Ai, vê lá bem, ó doido coração, 
Não te deslumbre o brilho do luar! 

Não estendas tuas asas para o longe... 
Deixa-te estar quietinho, triste monge, 
Na paz da tua cela, a soluçar!... 

Florbela Espanca, in "A Mensageira das Violetas
"

terça-feira, 10 de setembro de 2013

Professorinha lixada contra a CORJA !!!



CORJA !!!!! QUADRILHA !!!! É só o que me ocorre com as acções tomadas constantemente contra os professores. Estou eu, aqui tomada em sossego na minha casinha, quando oiço e vejo a expressão desoladora de uma professora de meia-idade a ser entrevistada no telejornal de uma qualquer televisão portuguesa. Ela, a professora, julgava que ia terminar a sua carreira em glória, depois de tantos anos de dedicação, esforço e sacrifícios mesmo... Mas não, era tudo um engano, agora apenas tinha de pensar em sobreviver. Seguem-se outras entrevistas a professores na fila do desemprego, outros na fila dos esclarecimentos para as rescisões amigáveis ( Amigáveis???? o tanas !!!! ) e a quebra da força destes profissionais de anos longos dedicados ao ensino, que agora por doença. por cansaço, por depressão, se ajoelham perante o inimigo ! Isto revolta, dá mil voltas ao estômago, num nó cego, até este rebentar! Que Fazer ? Que Fazer ?
   Olhem-me, aí nas fotos , relaxada, aparentemente... Aposentei-me com uma enorme penalização, porque estou doente há muito... mas não estou tranquila, não.  Estou, vou estar sempre em pé de guerra, contra o que estão a fazer contra a Escola em Portugal. Serei sempre a professorinha  lixada !!!!  Raios, dei trinta e quatro anos da minha vida a ensinar... não me calo, não me calarei nunca... Cortaram-me a progressão na carreira, cortaram-me o direito à doença, cortaram-me nos salários e na reforma, cortaram-me os sonhos de uma reforma prometida na tranquilidade, se eu cumprisse todas as obrigações e deveres do meu contrato... Cumpri tudo! Roubaram-me o que está no contrato!!!!! 
   Milhares de professores não têm trabalho, não têm ... depois de mais de dez anos a ensinar, contratados... Dobram-se perante um poder que não compreendem, não aceitam, mas não têm forças para combater... Estão desgastados, o trabalho esgotante nas escolas acrescido da" marretada na cabeça" que o governo lhes deu agora, acabou-lhes com as poucas forças que ainda tinham. Precisam de sangue novo, sangue novo que o governo quer que emigre...

terça-feira, 3 de setembro de 2013

A Minha DorA minha Dor é um convento ideal 
Cheio de claustros, sombras, arcarias, 
Aonde a pedra em convulsões sombrias 
Tem linhas dum requinte escultural. 

Os sinos têm dobres de agonias 
Ao gemer, comovidos, o seu mal ... 
E todos têm sons de funeral 
Ao bater horas, no correr dos dias ... 

A minha Dor é um convento. Há lírios 
Dum roxo macerado de martírios, 
Tão belos como nunca os viu alguém! 

Nesse triste convento aonde eu moro, 
Noites e dias rezo e grito e choro, 
E ninguém ouve ... ninguém vê ... ninguém ... 

Florbela Espanca, in "Livro de Mágoas"


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