A arte indiana vive da revelação.
A palavra divina foi revelada há mais de 3000 anos aos «rishis» poetas - videntes.
As suas falas e pregações de hinos rimados, os «Rigveda», são a autoridade básica de toda a ortodoxia da religião hindu.
Os «Vedas» foram sendo conservados até hoje por famílias de sacerdotes, através de uma tradição oral. As divindades dos «Vedas» são originárias de metáforas poéticas, provenientes de fenómenos naturais e sobrenaturais.
A gravura mostra o deus Xiva em processo de metamorfose, evoluindo da sua forma terrífica para a perfeição suprema.
Condenado a vaguear pelo mundo como asceta celibatário por ter decapitado o deus arcaico Bramã, Xiva ergue-se aqui sobre o eixo do universo, venerado por ascetas mortais, enquanto o horror do seu crime se desvanece.
O cabelo ainda é o de um homem selvagem, de olhos ferozmente salientes, mas sobre a testa desenha-se já o terceiro olho da sabedoria.
O seu falo que, por via de um paradoxo tipicamente hindu, se identifica tanto com o celibato como com a fertilidade, é objecto de um culto independente, sob a forma da Linga.
2 comentários:
A trabalhar! Vuela amiga vuela alto
Parabéns bj
Gracias, guapo! bj
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